O tempo todo temos a impressão de que a vida carece de sentido. Sabemos que a imaginação complementa as palavras, mas muitas vezes precisamos da imagem já pronta, concreta, vista pelos olhos de outros.
Temos a visão de Jesus Cristo de olhos azuis, pele clara, barbudo, cabelo até a altura dos ombros e traços delicados pois alguém criou tal imagem à muito tempo atrás e essa imagem perdura até hoje. Sendo assim, também passamos a associar a independência do Brasil com a famosa imagem heroica de D.Pedro erguendo uma espada encima de um cavalo branco (cheio de pose), apesar de sabermos que o que aconteceu na realidade foi bem diferente. Estamos vendo pelos olhos de outros.
A sociedade atualmente está tão acomodada com a praticidade, que acaba não querendo se esforçar para pensar ou ver as coisas através dos próprios olhos. Por causa da correria e falta de tempo, preferem algo mais resumido, um pensamento já pronto. Aproveitando -se disso a televisão nos cega cada vez mais impondo modas e ditando padrões o tempo todo com suas novelas, filmes e propagandas, por exemplo. As pessoas seguem prontamente esses modelos impostos, sem nem se perguntar ou entender o porque disso.
O papel do jornalista também é construir uma visão prática dos acontecimentos, com linguagem resumida e simples de entender. Quando os leitores ou telespectadores vêem uma notícia, estão de certa forma vendo o acontecimento pelos olhos do jornalista, que apesar de ter que parecer imparcial, mostra a imagem dos fatos do jeito dele. Um exemplo disso: Uma publicação sobre determinada escola. Se for uma propaganda que precisa demonstrar o quanto essa escola é boa, colocarão fotos apenas dos alunos que estão prestando atenção. Se for uma crítica ao ensino, mostrarão fotos apenas dos alunos que estão dormindo em sala de aula. O que vai alterar de alguma forma a visão de quem ler a matéria sobre tal escola. Ou seja, você não tem acesso aos dois lados dos fatos e já pega a imagem que alguém já deixou pronta.
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